LÍGIA MARIA SALGADO NÓBREGA, natural de Natal-RN, nascida no dia 30 de julho de 1947, sendo filha do casal GEORGINO NÓBREGA e NALY RUTH SALGADO NÓBREGA, viveu desde criança em SÃO PAULO. Em 1957, ingressou no curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo (USP), destacando-se por sua capacidade intelectual, por seu empenho em modernizar os métodos de ensino e por sua liderança no Grêmio de Pedagogia. Em 1970, passou a militar na Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) contra a DITADURA MILITAR. Passou a viver na clandestinidade e mudou-se para o Rio de Janeiro. Morreu aos 24 anos, quando estava grávida de dois meses, durante uma operação policial realizada em uma casa que funcionava como aparelho da VAR-Palmares. Lígia Maria Salgado Nóbrega morreu no dia 29 de março de 1972 no episódio conhecido como CHACINA DE QUINTINO, operação policial realizada em uma casa que funcionava como aparelho da VAR-Palmares, em Quintino, no Rio de Janeiro.
A ação foi
organizada por agentes do Destacamento de Operações e Informações (DOI) do I
Exército, contando com o apoio do Departamento de Ordem Política e Social do
Estado da Guanabara (DOPS/GB) e da Polícia Militar (PM). Depois de cercarem o
local, os agentes entraram na residência e atiraram contra os que estavam
dentro da casa. Junto com Lígia foram mortos outros dois integrantes da
VAR-Palmares: Antônio Marcos Pinto de Oliveira e Maria Regina Lobo Leite de
Figueiredo. James Allen Luz, militante da mesma organização, encontrava-se no
local mas conseguiu escapar do cerco.
A versão oficial dos
fatos divulgada à época pelos órgãos do Estado sustentava que Lígia morreu por
disparo de arma de fogo depois de ter reagido à ação dos agentes dos órgãos de
segurança. Contudo, as investigações indicam que Lígia morreu depois de ter
sido ferida por disparos durante a invasão do aparelho da VAR-Palmares em
Quintino. Em entrevistas realizadas pela Comissão Estadual da Verdade do Rio de
Janeiro (CEV-RJ), moradores de Quintino que eram vizinhos da residência à época
dos fatos relataram que a polícia já se encontrava no bairro desde o final da
tarde do dia 29 de março, preparando a operação que ocorreria à noite. Os
moradores ainda afirmaram que os barulhos dos disparos não vieram de dentro da
casa onde os militantes se encontravam, mas do lado de fora da casa, de onde
partiu a ação dos agentes do Estado. Mais recentemente, manifestação
apresentada pela equipe de perícia da Comissão Nacional da Verdade (CNV),
baseada em documentos produzidos na ocasião dos fatos por órgãos do Estado,
apontou que não havia nenhum vestígio de pólvora nos corpos das vítimas nem
armas no local, o que permite inferir que não houve troca de tiros, tratando-se
de uma ação unilateral dos agentes da repressão com o objetivo de executar os
militantes. O corpo de Lígia deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) como
desconhecido no dia 30 de março, mas a família só tomou conhecimento de sua
morte posteriormente, através dos noticiários de televisão. O reconhecimento do
corpo foi realizado por seu irmão no dia 7 de abril. Os restos mortais de Lígia
Maria Salgado Nóbrega foram enterrados no cemitério de São Paulo.
Lígia Foi morta aos 24 anos de idade, em 29 de março
de 1972
FONTE
MEMORIAL DA RESISTÊNCIA

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